Jornadas duplas, triplas, que não terminam ao final do seu período de trabalho, deslocamentos constantes, malabarismos para poder montar suas aulas com qualidade e que manter o interesse dos seus alunos. Apesar de estarmos no século XXI, as principais armas dos professores continuam sendo giz, lousa e sua voz. E num ano de 2020 marcado pela pandemia de Covid 19, o ensino a distância, com uso de tecnologia, mesmo com um celular ou notebook não adequados para as teleaulas, os professores precisaram se reinventar. E a sociedade percebeu a importância desse profissional que não tem seu valor reconhecido.
E mesmo diante de cenários tão adversos, percebe-se que a função do professor vai além do ensinar. Suas palavras, seus gestos, seus olhares e comportamentos influenciam, às vezes sem mesmo perceber, e ecoam nos alunos. Abaixo, alguns relatos de alunos e as lembranças de professores que marcam e marcaram suas vidas.
"Quando eu entrei numa escola, e eu estava com
minha melhor amiga na sala de aula. A gente estava rindo, estudando, quando um
grupo de meninas, um quarteto, veio começar a fazer bullying comigo. Eu ficava ignorando, mas teve uma hora que não aguentei mais e comecei a
discutir com as meninas, mas não chegamos a brigar. Foi quando a professora
viu o que estava acontecendo, e perguntou o que estava
acontecendo. Eu explique e ela parou e perguntou se queria conversar lá fora com as meninas. Parece
ser nada demais, mas eu gostei do fato da professora se importar com a vida dos
alunos. Eu tinha contado o que
tinha passado na última escola, que eu sofria muito, que não iria
mais me importar com essas coisas e que não vim para outra escola para passar a
mesma coisa. A professora me entendeu e disse que iria conversar com os pais
das meninas. Quando voltei para sala todo mundo se preocupou comigo. Foi a primeira vez que vi tanta gente se
importando comigo e nunca mais sofri nessa escola, ninguém nunca me zuou. Pra mim, professor não é só dar aula", Sandy Soares, 1ºA.
"São muitos professores que fizeram diferença na minha vida, mas em
específico uma de Língua Portuguesa do Reverendo Tércio, professora Leila. Foram dias com a mesma pessoa, ensinamentos tanto da matéria quanto da
vida. Me ensinou que a vida é difícil e preciso ter garra, que preciso correr
atrás dos meus direitos… LUTAR COMO UMA MULHER! O que nunca esquecerei será do carinho, a proteção e amor com os
alunos. E FALANDO DE AMOR, ter amor a profissão, amor ao o que faz, sentir tudo
que precisa ser sentido, declarar e gritar tudo para os quatro cantos se preciso. Me trouxe sabedoria. Dias que eu queria sumir da bendita aula de
português, chegou naquela voz com tom de “estou brava, podem sentar logo”, mas
também trouxe amor, sol em dias nublados, conforto na hora do medo, cheirinho
de lar...Acredito que todos precisam conhecer alguém assim, que todos devem ter
uma Leila na vida, que te marque e leve para a vida em teu coração. O amor,
seja por quem for, é o sentimento mais lindo e puro. Sou grata por conhecer uma
professora tão incrível", Jéssica Silva Lima 3ºA
"Tive aulas com uma professora que deu aula para meu pai e minha mãe. Isso é
bem legal porque vai passando a experiência deles para mim. Eu conheci essa
professora no ensino fundamental, foi uma das melhores professoras que
tive." Richard Souza 2ºA
"No 7º ano, eu tinha acabado de ganhar um livro que mudou minha
perspectiva sobre Mtemática, e nesse tempo também, o professor de matemática
ficou afastado. E quem ficou no lugar dele foi o professor Anderson. Um
dia que eu estava lendo o livro "O homem que calculava", o professor
Anderson viu, e começou a falar comigo sobre o livro e os desafios que ele
trás. A maior parte do tempo em que tínhamos aulas vagas fazíamos desafios. O mais difícil e intrigante era o desafio dos quatro quatros,
onde tínhamos que fazer números inteiros usando quatro algarismos 4, sem
adicionar letras, só expressões matemáticas. Passamos umas cinco
semanas escrevendo números com quatro quatros. Ao mesmo tempo em que me divertia, aprendia como funcionava
algumas operações, mas infelizmente o professor Anderson teve que sair, e nunca
mais o vi. Contudo foi uma experiência muito boa e que me motivou a
estudar ainda mais Matemática, mesmo não tendo muita ligação com a profissão
que almejo, devo muito ao professor Anderson", Guilherme César, 2º Ano C.
"O sonho de ser professora veio aos 12 anos, quando peguei amor pela Matemática. Porém, mediante aos empecilhos que a profissão tem, repensei diversas vezes se queria seguir esse caminho. Além de pegar desgosto pelos estudos. Ainda assim, quando cheguei no primeiro ano do Ensino Médio, tive o prazer de ter aula com a professora Andréia. Com ela lembrei a importância de estudar e a importância de ser professor. Pelos conselhos, a insistência com todos seus alunos e seu prazer em ensinar. Isso me lembra uma frase do Benjamim Franklin: um verdadeiro professor torna o aprendizado e o ensino uma alegria. Diga-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu me lembro. Envolva-me e eu aprendo", Rebecca Oliveira, , formanda de 2018.
"Fui cria do Agari no tempo em que ainda o sistema dividia as turmas em séries. Nos quatro primeiros anos tive aula com a professora Ana Maria, que depositava muita confiança em mim e sempre me pedia pra ir pegar giz na sala dos professores (eu me sentia como a mão direita dela sempre que isso acontecia). Ou para ler alguns trechos das obras literárias que ela trazia para estudarmos. Lembro, inclusive, que a quarta série foi um ano de grandes acontecimentos: tive minha primeira paixãozinha (que a professora Felícia me aconselhou muito, dizendo que aqueles sentimentos iam me acompanhar pelo resto da vida, mas que eu era nova demais pra querer namorar). E a formatura em que cantamos 'Pais e Filhos', da Legião Urbana. Na quinta série vem toda aquela novidade de se ter vários professores e horários diversos, e com isso, uma avalanche de ótimas experiências e professores que infelizmente não seguiram na escola. Mas que deixaram sua sementinha e foram semear conhecimento em outros lugares. Sou muito grata às professoras Giovanna, Bruna, Gabriela,por cultivarem em mim um amor tão lindo pela Literatura e pela escrita. Grata também as professoras Tânia, Anna Paula, Alê de Assis e Andréia por todo o carinho, todos os papos e por me ensinarem coisas que vão além do plano de ensino. Vocês contribuíram para a formação desse "serumaninho" que eu sou hoje", Mariana Ynara Geraldo, formanda de 2016.
VOCÊ SABIA?
A criação do Dia do Professor remete ao decreto do então Imperador Dom
Pedro I, de 15 de outubro de 1827, que criou o
Ensino Elementar no Brasil (o que hoje seria o Ensino Fundamental). Passados
120 dessa data, em 1947, o professor paulista Samuel Becker sugeriu transformar
a data em feriado. Mas só passou a ser feriado em 1963, com a publicação do
pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro daquele ano.
Equipe Shinquichi Informa